Arquitetos repudiam o projeto de ciclovia que prevê árvores na Esplanada

 Para os especialistas, a execução da obra fere o plano de Lucio Costa



De acordo com o GDF, apenas exemplares de pequeno porte serão plantados no espaço: mais conforto aos ciclistas e aprovação do Iphan (Aureliza Corrêa/Esp. CB/D.A Press - 22/4/13)
De acordo com o GDF, apenas exemplares de pequeno porte serão plantados no espaço: mais conforto aos ciclistas e aprovação do Iphan


A construção de uma ciclovia e o plantio de árvores na Esplanada dos Ministérios criou polêmica entre arquitetos e autoridades. Especialistas são contra a iniciativa por acreditar que a proposta paisagística pode ferir o projeto original de Lucio Costa, que prevê um vão livre, apenas gramado, entre os ministérios e o Congresso Nacional. Por sua vez, o Governo do Distrito Federal argumenta que justamente por não transgredir as normas da área tombada é que o projeto recebeu aval do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Em execução desde abril, as obras vão criar um percurso de 3,2 quilômetros de passeio cicloviário no gramado central, que divide as pistas do Eixo Monumental. Ao longo do trajeto, serão plantadas 359 árvores de espécies do cerrado. Os críticos alegam que a intervenção vai interferir na visão de conjunto da Esplanada. Maria Elisa Costa, filha de Lucio Costa, é radicalmente contra a ideia. “A ciclovia, no chão, não tem problema, mas o plantio compromete o projeto original de Brasília”, protestou, em uma rede social.

Na correspondência encaminhada no dia 26 ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan — que se reúne no próximo dia 5 —, como presidente da Associação Casa de Lucio Costa, ela pede “com o maior empenho que sejam retiradas no mais breve prazo todas as mudas indevidamente plantadas na Esplanada dos Ministérios, tendo em vista evitar a deturpação da identidade visual consagrada da nossa capital”. 

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