Jogo de domingo, com casa cheia, deve ampliar problemas do Mané


Falhas observadas na inauguração do estádio devem ficar ainda mais evidentes no domingo, na partida entre o Peixe e o rubro-negro carioca. Espera-se o triplo de torcedores na rodada inaugural do Brasileirão

Inaugurado no sábado, o Mané Garrincha cumpriu as exigências da Fifa e recebeu a aprovação do Governo do Distrito Federal (GDF). De fato, nenhum incidente foi registrado nas imediações do estádio, mas a maioria dos torcedores demonstrou incômodo com a organização do primeiro evento na arena candanga.
Daniel Ferreira/CB/D.A Press
No jogo inaugural, no sábado, cerca de 20 mil pessoas compareceram ao Mané Garrincha

Com apenas dois testes marcados antes da abertura da Copa das Confederações, que será em 15 de junho, o Mané Garrincha tenta corrigir a tempo os problemas detectados. A última verificação será a partida Santos x Flamengo, pela rodada inaugural do Campeonato Brasileiro, às 16h do domingo. E boa parte dos planos de ação para este jogo devem ser repetidos na competição da Fifa.

No último sábado, entre os torcedores que percorriam o Eixo Monumental sob o sol, muitos não resistiram em bradar o já tradicional “Imagina na Copa”. Mas nem será preciso soltar a imaginação tão longe. A primeira rodada do Brasileirão representará um teste de fogo para o Mané Garrincha. Foram postos à venda 69,2 mil ingressos para o jogo, mais do que o triplo de assentos liberados para Brasiliense x Brasília — o número de torcedores presentes não consta no boletim financeiro divulgado ontem pela Federação Brasiliense de Futebol (FBF).

Com tanta gente a mais, no domingo, o trânsito no centro da capital federal deve reviver o caos do último sábado. No estádio, o torcedor novamente vai enfrentar as dificuldades com telefonia e internet, praticamente insolúveis no decorrer desta semana. A fraca iluminação na área externa do estádio também não terá solução até a partida de sábado. Nos pontos em que ainda cabe perspectiva de evolução, o torcedor também terá um papel a cumprir. Acomodar-se no lugar marcado, por exemplo.

Banheiros e limpeza
Daniel Ferreira/CB/D.A Press
Os banheiros foram reprovados pelos torcedores brasilienses

Algumas das instalações estavam alagadas na inauguração do Mané Garrincha. Outras ficaram sem água. Em muitos, as maçanetas das áreas reservadas ao sanitários não estavam instaladas.
Com mais público e sem câmeras de segurança no lugar, não há perspectiva de melhoria nesse ponto no jogo deste domingo.

Fora dos banheiros, os responsáveis pela limpeza terão de se desdobrar. Muito lixo acabou acumulado no saguão de acesso ao Setor Poente, onde não estavam instaladas lixeiras suficientes nem mesmo para receber 22 mil torcedores.

Em relação aos banheiros, o secretário Extraordinário da Copa, Cláudio Monteiro, preferiu culpar os torcedores: “Com o banheiro danificado, a gente tinha de fechar o registro. Quem vai ao estádio precisa ter mais consciência”.

DIAGNÓSTICO
Aqui, a organização falhou feio. Para um dia de inauguração, a maioria dos banheiros estava inoperável, especialmente os femininos.

O QUE ESPERAR
Não há posição oficial a esse respeito, mas é pouco provável que se imagine melhoras nesse sentido.

Acesso ao estádio

Os organizadores do evento têm consciência: o brasiliense não gosta de deixar o carro em casa. Com o triplo de torcedores se movimentando no centro de Brasília — além dos ambulantes e as forças de segurança pública —, o problema da mobilidade urbana deve se agravar. Opção considerada pelo Detran, será impossível desviar o trânsito do Eixo Monumental para o Eixo Rodoviário, interditado aos domingos.

Novamente, o torcedor não terá tanto tempo para conhecer as intervenções no trânsito candango, pois o novo plano de ação do governo só será anunciado amanhã, quatro dias antes de Santos x Flamengo. E, desta vez, estarão a caminho do Estádio Mané Garrincha algumas centenas de torcedores de fora da cidade, cenário inexistente na final do Campeonato Brasiliense.

Ainda que opte pelo transporte público para chegar ao estádio, o torcedor pode enfrentar problemas. A área de interdição nas imediações do Mané Garrincha deve ser mantida, de acordo com o Departamento de Trânsito (leia reportagem na página 6). Assim como no sábado, há a promessa de ônibus saindo do Parque da Cidade, da Rodoviária do Plano Piloto e da Rodoferroviária para passar em frente ao estádio. A novidade será a inclusão da Rodoviária Interestadual nesse itinerário. “Tudo é uma questão de hábito. A cada vez, vamos nos sentar e conversar, entender o que funciona e o que dá errado”, argumentou o secretário Cláudio Monteiro.

O torcedor que saiu da Rodoviária do Plano Piloto rumo ao Mané Garrincha às 14h do último sábado demorou mais de uma hora para alcançar o destino — e quem seguia a pé chegava antes daqueles que optavam pelos ônibus. Sem novidades nos planos de mobilidade, os 2km de distância entre os lugares tendem a parecer ainda mais longos no próximo domingo.

DIAGNÓSTICO
Sistema de transporte coletivo derrapou no sábado. Haverá reunião hoje para definir mudanças.

O QUE ESPERAR
O governo local promete mais ônibus, mas o esquema no Eixo Monumental segue igual.

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